segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A pedra fica, a água vai. A pedra fica, a vida vai.

Fabiano. Está agora em vastidão de águas. Tratou de preenchê-la com sete filhos dos quais três morreram. Caseiro. É guia das cachoeiras. Também. Lá no Refúgio das Sete Cachoeiras. Trabalho por moradia. Trabalha pela casa. Trinta reais por cada trilha. Seis horas cada trilha. Seis dias por semana. A perna fica que não agüenta. Isso em alta temporada. Em baixa, é uma trilha a cada fim de semana e olhe lá, dá cento e vinte conto no mês. Aí fudeu de vez. Fabiano não repara no céu estrelado faz tempo. Tanto faz. Ele quer mais dois meninos. Tem um só. O resto é menina. Agora ele quer ainda mais. Agora que Zeus morreu. O cachorro que mais gostava dele lá onde ele trabalha. Onde trabalha e mora. Tem nem pra onde correr. Pensa que casa é refúgio? É nada. Qualquer hora toca o rádio, o walk-talk. É hospede chegando, é a porra toda pra fazer. Puta encheção. Mó cara de sono lá ele e a Nice, a mulher dele. Não é reclamando não, o foda mesmo é não ter outra opção.


Nenhum comentário :