Vermelho.
O corinthiano segurava uma lata de linha, menos de um tubão. Da dupla, foi ele quem tomou à frente:
- Tio, me dá uma moeda.
Inclinei a cabeça procurando já respondendo:
- Não tenho.
Na porta do passageiro, um dos livros favoritos do meu filho, O pobre corinthiano careca.
- Amor, pega aí.
Quando voltei, não o vi, olhei pra trás, ele já estava no terceiro carro. Apressei aquele que o acompanhava, temendo que o farol abrisse:
- Chama o corinthiano, chama o corinthiano.
- Márcio, vem aqui, tá te chamando.
Ele correu, se aproximou. Ignorei o verde:
- Sabe ler?
- Sei.
- O que está escrito aí?
- O pobre corinthiano careca, respondeu sorrindo.
- É seu.
Engatei a primeira e vi pelo retrovisor o começar de uma boa leitura.
Não foi ideia minha. A atitude me ocorreu depois de ler esta reportagem.
E o único problema foi convencer o dono do livro de que doá-lo a outra criança foi algo bom.
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